Blog‎ > ‎

O cesto de junco

posted Jul 2, 2010, 6:11 AM by Danilo Netto   [ updated Jul 2, 2010, 10:39 AM ]

Vale ressaltar, de pronto, que este texto não é meu.

Bem verdade também que não consegui descobrir quem é o autor...

Encontrei nessas viagens de pesquisa, daquelas meio que sem rumo, pela net.

Se alguém souber de quem é, só me escrever que eu publico imediatamente!

Boa leitura!

Danilo

-----------------

O cesto de junco

Um discípulo chegou para seu mestre e perguntou:

- Por que devemos ler, estudar, considerar e refletir sobre a sabedoria se nós não conseguimos memorizar tudo e, com o tempo, acabamos esquecendo? Somos obrigados, constantemente, a retomar o que já não está mais em nossas memórias.

O mestre não respondeu imediatamente ao discípulo.

Ele fitou o horizonte por alguns instantes e depois ordenou ao discípulo:

- Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto de água e o traga até aqui.

O discípulo olhou para o cesto sujo e achou muito estranha a ordem do mestre, mas mesmo assim obedeceu.

Pegou o cesto, desceu os cem degraus da escadaria do mosteiro até o riacho, encheu o cesto de água e começou a subir de volta.

Como o cesto era todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o mestre já não restava mais nada.

O mestre perguntou-lhe:

- Então, meu filho, o que você aprendeu?

O discípulo olhou para o cesto vazio e disse jocosamente:

- Aprendi que cesto de junco não segura água.

O mestre ordenou-lhe que repetisse o processo de novo.

Quando o discípulo retornou com o cesto vazio outra vez, o mestre perguntou-lhe:

- Então, meu filho, o que você aprendeu?

O discípulo respondeu, mas com um certo sarcasmo:

- Que cesto furado não segura água!

O mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a tarefa.

Depois da décima vez, o discípulo estava desesperadamente exausto de tanto descer e subir as escadarias.

Porém, quando o mestre lhe perguntou de novo:

- Então, meu filho, e agora, o que você aprendeu?

O discípulo, olhando para dentro do cesto, percebeu admirado:

- O cesto está limpo!

Apesar de não segurar a água, a repetição constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e deixá-lo limpo.

O mestre, por fim, concluiu:

- Não importa que você não consiga memorizar todos os ensinamentos adquiridos ao longo de sua vida. No processo de se conectar diversas vezes à sabedoria a sua mente e o seu coração vão se depurando. Inúmeros preconceitos se abrandam; a intolerância cede lugar à lucidez; a destrutividade, à criatividade; a oposição e competição gratuitas e infundadas, à cooperação ...

- Neste processo, o homem, trabalhando no tempo e sendo continuadamente tocado pela sabedoria, vai “limpando-se” de seus aspectos grotescos e sombrios e torna-se verdadeiramente humano!